Coimbra - (Capital e Concelho do Distrito de
Coimbra)
Trabalho e pesquisa de Carlos
Leite Ribeiro
Colaboração de Dermeval Neves
Coimbra - Cantada por Amália Rodrigues,
Roberto Carlos e Caetano Veloso
Coimbra -
cantada e recordada
São séculos e séculos de História, cobertos por um
lindíssimo manto de casario branco cruzado por muitas ruas, ruelas, escadinhas,
arcos e becos que decoram a bela Coimbra.
Abraçada por mil encantos e tradições, a cidade desce
das colinas para beijar o seu eterno noivo, rio Mondego, que lhe tempera o
clima nas lânguidas serenatas românticas, cantadas pelos estudantes de
sedutoras capas negras, da sua secular Universidade.
As origens
de Coimbra prendem-se decerto a longínquos tempos. Os escritores clássicos da
Península referem-se a Aeminium, topônimo de origem pré-romana do Itinerário de
Antonino veio mais tarde a herdar de Conímbriga o nome que hoje tem. O facto
deve-se à transferência para Aeminium do bispo de Conímbriga. A Civitas
Aeminiensis passou a ser conhecida por Coimbra, depois das transformações
sofridas pelo topônimo. Testemunhos arqueológicos e documentos escritos atestam
já a existência, na época romana, de uma importante povoação no local onde
atualmente se ergue a cidade.
No início da
Idade Média deve ter sofrido os ataques de alanos, suevos e visigodos,
conhecendo, porém, sob o domínio destes últimos, uma certa prosperidade, com
moeda própria. A conquista agarena não interrompeu a vida urbana, pois, entre
outras notícias, sabe-se que dois bispos aqui residiram. Em 878 o conde
Hermenegildo Mendes conquistou Coimbra aos mouros.
Sucederam-se as vicissitudes de um longo período de
lutas entre cristãos e muçulmanos até à reconquista definitiva por Fernando
Magno, no ano de 1064. Recebeu o primeiro foral de Afonso Vl, rei de Leão e
Castela.
O conde D. Henrique, que assumira o Governo do Condado Portucalense em
1094, concedeu-lhe novo foi em 1111. A importância da cidade cresceu sob os
governos de D. Raimundo, de D. Henrique e dos primeiros monarcas portugueses,
sendo muitas vezes residência da corte e sede do Reino. Nela se realizaram
cortes medievais, como as de 1211 e 1385. Durante este período,
estabeleceram-se na cidade muitas ordens religiosas. Porém, o facto decisivo
para a prosperidade de Coimbra, foi a instalação da Universidade. D. Manuel l
concedeu-lhe foral novo em 1516. Quando das invasões francesas, foi tomada e saqueada
pelas tropas de Massena.
O concelho de Coimbra tem uma área de 44,475 Km². É
envolvido a Norte pelos concelhos de Cantanhede e Mealhada; a Leste pelos de
Penacova e Miranda do Corvo; a Sul por este último e pelo de Condeixa-a-Nova; e
a Sudoeste pelo de Montemor-o-Velho.
A Universidade e do desenvolvimento de Coimbra
Escusado
será ressaltar a importância que teve a fixação da Universidade em Coimbra no
seu desenvolvimento demográfico e na sua projeção nacional em todos os âmbitos,
num movimento simultaneamente receptor e transmissor de cultura. O primeiro
recenseamento, ordenado em 1527 por D. João lll, registou em 1329 habitantes na
Capital do Distrito, número forçosamente elevado muito em breve com a fixação
em Coimbra, dez anos depois, da Universidade, pois em 1540 contavam-se já 600
estudantes matriculados, muitos deles acompanhados de família e criadagem.
A
concentração na "Luso Atenas" dos expoentes intelectuais portugueses
e a convivência - sob a sua influência cultural, geração após geração - dos
filhos das principais famílias beirãs, minhotas, transmontanas ou ilhoas,
imprimiram à sua vida um cunho tão peculiar que bem se pode considerar como uma
nova expressão nacional, de que cada "licenciado" era depois portador
quer regressado ao solar paterno, quer partindo para lides políticas de Lisboa
ou Ultramar, quer lançado em busca de glórias literárias.
E, partindo
embora, todos iam a Coimbra um pouco de si próprios e da sua estudante
juventude, quer na saudade deixada no coração de iludida tricana, quer na
recordação de arrojada estroinice, quer num verso cantado em sentida balada ou
mais tarde publicado em ignoto livro, tudo pedras - uma a uma - da soberba
Catedral que constituem hoje a tradição Coimbrã, irredutíveis já perante
séculos ou fronteiras.
Opiniões
sobre o nome Coimbra:
«De "O
Domingo Ilustrado (1898)»: "A origem desta famosa cidade não está
completamente conhecida, pois são várias versões que dela existem. Querem uns
escritores que Coimbra fosse fundada no sítio que atualmente ocupa, com o nome
de Colimbria, sendo seu fundador Hérculos Líbio, filho de um rei do Egipto -
Osíris.
Há também
quem afirme que o primeiro da atual cidade foi Colimbriga, e a sua primeira
fundação, foi em Condeixa-a-Velha, e não falta quem assevere que Colimbria e
Colimbriga foram duas povoações diferentes e independentes uma da outra. Para
estes, Colimbriga existiu onde hoje á Condeixa-a-Velha, isto é, a 12 Km ao sul
de Coimbra. Consequentemente Colimbria seria a Coimbra de hoje.
A palavra
Colimbriga parece ser composta de duas palavras celtas ou túrdulos (coim) - que
queria dizer - campo ou arraial e briga, que quer dizer povoação.
Pedro Mariz
opina que Coimbra vem de collis - colina e imbrium - das chuvas. Outro investigador,
o Dr. Miguel Leitão de Andrade pretende que havendo em tempos, que ninguém
conhece, uma formosa princesa nesta cidade, era ela ardentemente amada por um
esforçado cavaleiro. Tinha este envidado todos os meio para obter a mão da
donairosa donzela, mas em vão o fizera, porque a tal se recusavam os nobres
autores dos dias da bela.
A esse
tempo, lavrava enorme terror na povoação em virtude do aparecimento de uma
terrível serpente que o povo chama Coluber. A formosa princesa participando do
medo que a todos invadia mostrou desejos de ver o nauseabundo réptil reduzido à
impotência. Então o ousado donzel armando-se de coragem atacou Coluber e
matou-a, conquistando assim o coração e a mão da dama dos seus pensamentos. Em
memória do ato valoroso do cavaleiro fundou-se então uma cidade no mesmo lugar
em que o réptil fora trucidado, e deu-se a esta nova povoação o nome de Coluber
Briga que vem a ser a batalha da Cobra.
«Prof. Vasco
Botelho de Amaral, "O Povo e a Língua" - 1949»: " Coimbra
veio-nos de Conimbrica. O Magistral dicionário de Quicherat regista isto que
traduzo: "Conimbrica, ae, f. Plin. Cidade da Lusitânia".
Este registro
da forma Conimbrica é de importância, porque já tem havido quem se apegue
unicamente à forma Conimbriga.Com esta dualidade formal (Conimbriga e também,
Conimbrica) ficam mais bem explicados os étimos conimbrigense e conimbricense.
A origem remota de Conimbrica ou Conimbriga ninguém sabe; mas o elemento brica
talvez se prenda ao celta (com significado monte fortificado").
Localizada
na sua magnífica colina, em posição altiva, encontra-se a bela Coimbra, terra
de história e tradição. A seus pés correm em calmaria as águas do Mondego,
formando como que um espelho onde a cidade reflete toda a sua graciosidade.
A cidade viu
crescer o seu primitivo núcleo de povoamento no cimo da frondosa colina da Alta
que, além de fornecer uma excelente posição estratégica à cidade, constituía
também um local de passagem quase obrigatório entre o Norte e o Sul.
Relativamente
à ocupação pré-histórica do burgo, permanece um silêncio inquietante. Continua-se
no campo conjectural a que somente uma acurada investigação arqueológica poderá
dar algumas certezas. Certezas essas que já encontramos no período romano.
Aeminium -
nome romano de Coimbra - tornou-se efetivamente uma cidade. O seu centro vital
emanava do fórum, construído sobre uma plataforma que assentava num magnífico
criptopórtico (pode ver-se esta espetacular obra de engenharia arquitetônica
sob o atual Museu Nacional Machado de Castro).
Além do
fórum, sabe-se que o povoado viu emergir no seu perímetro urbano outros
edifícios: arcos honoríficos, um aqueduto e, para gáudio dos espectadores das
corridas de cavalos, embora as certezas nos escapem neste aspeto, um circo.
Junto à via Olissipo-Braccara Augusta, atual Santa Cruz, é provável que se
tenham construído umas termas ou banhos públicos.
Os bárbaros
haveriam de trazer com eles fortes perturbações, se bem que o esplendor da
civilização romana tivesse atingido o seu termo. Os visigodos, meio
romanizados, e sob os reinados de Recaredo, Liuva II, Sisebuto e Chintila,
entre 586 e 640, conduziriam novamente a cidade, agora Emínio, ao equilíbrio e
prosperidade.
Em 711, os
muçulmanos entram na Península e Coimbra não é esquecida. Transforma-se então
sob o domínio árabe numa cidade mourisca e moçárabe. A vida decorre
tranquilamente e, podemos dizer, que a região foi valorizada com esta presença
de além-mar. Com efeito, a permanência destes homens de tez escura trouxe
inovações importantes, não só ao nível da introdução de novas sementes e
árvores, como nos próprios processos de cultivo e exploração agrária.
Em 878
começam as primeiras tentativas de reconquista do território. O comando coube
ao conde Hermenegildo Mendes que viu a glória esvanecer-se em fumo perante a
grandiosa investida de Almançor em 987 para em 1064 ser, novamente, restituída
aos cristãos chefiados por Fernando Magno. Coimbra renasce e transforma-se na
cidade mais importante a sul do Douro e é capital de um vasto condado governado
pelo moçárabe Sesnando. O conde D. Henrique e a rainha D. Teresa fazem dela sua
residência e, na segurança das suas muralhas, nasce aquele que viria ser o
primeiro rei de Portugal - D. Afonso Henriques.
Com efeito,
parece que a qualidade a elegeu como berçoiro, senão vejamos: aqui nasceram
também D. Sancho I, D. Afonso II, D. Sancho II, D. Afonso III, D. Afonso IV, D.
Pedro I e D. Fernando.
A política
nacional teve aqui também lugar de eleição. Em Coimbra reúnem-se as cortes,
sendo de destacar as de 1385 onde João das Regras - legitimamente ou não - leva
ao trono D. João I, Mestre de Vais. A cidade ficou também ligada a tragédia,
tantas vezes cantada em verso, da morte de Inês de Castro.
O Românico e
o Gótico viriam a erguer em Coimbra construções de inegável beleza: Sé Velha,
Santiago, S. Salvador, Santa Clara-a-Velha. Os artistas elegem Coimbra e aqui
desfilam nomes como: Mestre Roberto, Domingos Domingues, Mestre Pero, Diogo
Pires o Velho e o Moço, Diogo de Castilho e tantos outros.
O século XVI
trouxe a Coimbra a instalação definitiva da Universidade e a fundação de
inúmeros colégios que funcionavam como alternativa ao ensino oficial. É de
salientar também neste período, a renovação que se registou no mosteiro de
Santa Cruz, sob a chefia e a visão culta de Frei Brás de Braga. O seu nome
haveria de ficar ligado à abertura da Rua da Sofia, sua obra capital, onde se
concentraram inúmeros colégios: de S. Miguel, de Todos-os-Santos, de S.
Bernardo, do Carmo, da Graça, de S. Pedro, de S. Boaventura, etc.
Estrangeiros
há que nesta época trabalharam em Coimbra e a eles se deve as primícias da nova
arte que então se fazia: Nicolau Chanterene, João de Ruão e Hodarte, são os
mais significativos.
O aspeto
desta Coimbra de Quinhentos pouco irá mudar até finais do século XIX. É certo
que novas casas, colégios, igrejas se edificarão, a Universidade crescerá, mas
o traçado urbano sofrerá poucas alterações.
Igreja de São Bento |
No século
XVII lançaram-se as primeiras pedras das igrejas dos Jesuítas (atual Sé Nova),
de S. Bento e do mosteiro de Santa Clara-a-Nova.
O reinado de
D. João V deixou em Coimbra marcas que em muito a dignificaram: a torre da
Universidade, a Biblioteca Joanina, o Parque de Santa Cruz e o início da
construção do Seminário.
Há que
contar, contudo, com uma exceção: as reformas operadas pelo Marquês de Pombal.
Sob a orientação deste estadista, desaparecem as muralhas do castelo, cria-se o
Jardim Botânico, rasga-se a praça que tem hoje o seu nome e riscam-se os
edifícios do Museu de História Natural e o Laboratório de Química.
Coimbra
sentiu na centúria de Oitocentos profundas transformações. Numa primeira fase,
sofre as agruras das Invasões Francesas quando da ocupação da cidade por as
tropas de Junot e Massena, posteriormente a guerra civil entre absolutistas e
liberais e, na década de trinta, a extinção das ordens religiosas retirou à
cidade grande parte das casas religiosas que então dispunha. Na segunda metade
do século XIX, Coimbra recuperaria o alento perdido. 1856 traz-lhe o telégrafo
elétrico e a iluminação a gás, em 1864, é inaugurado o caminho-de-ferro e, em
1875, constrói-se a ponte férrea.
Todavia o progresso, por vezes, paga-se caro e Coimbra pagou um preço
imerecido. Já no nosso século, na década de 40, uma parte da história da cidade
é irremediavelmente amputada.
Com efeito, a destruição quase completa da Alta
para edificação dos novos edifícios universitários retiraram de Coimbra muito
da sua história, da sua tradição, da sua poesia.
Atualmente,
Coimbra não pára a sua marcha em prol do desenvolvimento e do progresso.
Fazemos votos para que este progresso e o bem-estar populacional não sejam
feitos à custa de barbaridades como as que foram acima focadas e Coimbra possa
olhar o futuro sem nunca tirar os olhos do seu passado e da sua história.
Outros
motivos de interesse em Coimbra:
Arco
e Porta Almedina
Assente na
parte mais baixa da cerca medieval, a sua edificação pode remontar à época do
conde Sesnando Davides, que conquistou Coimbra em 1064, tendo sido ao longo dos
séculos por diversas vezes reformada e remodelada. Esta porta era defendida,
primitivamente, por dois cubelos avançados que, mais tarde, foram ligados por
meio de um arco fundo, por sobre o qual foi levantado o forte torreão. O seu
aspeto atual pode ser resultante de uma reforma no início do século XVI, por
determinação de D. Manuel I de Portugal.
Internamente
encontra-se decorada com um friso com os baixo-relevos da Virgem com o Menino,
ladeada por duas pedras de armas.
Esta era
possivelmente uma das torres de maior imponência no perímetro da muralha,
devido à sua importância estratégica, uma vez que se constituía no acesso de
maior importância, civil e militar, à cidade.
Neste trecho
mais vulnerável da cerca, entre a Porta de Almedina e a Porta de Belcouce, foi
necessário reforçar a defesa, erguendo-se uma segunda cintura muralhada - a
Barbacã. A sua porta, em arco quebrado, típica das fortificações do período
manuelino, também chegou aos nossos dias, sendo confundida com a própria porta
da Almedina que, na realidade, antecede.
Mosteiro
Santa Clara-a-Velha
O apelo da
forma de vida proposta por Santa Clara levou Dona Mor Dias, dama nobre de
Coimbra, filha de D. Vicente Dias, sobrejuiz de Afonso III de Portugal e
alcaide-mor de Coimbra, e de D. Boa Peres, neta do chanceler Julião Pais, a
fundar uma casa de Clarissas.
Embora desde 1278 empreendesse esforços para a instituição da sua casa de Clarissas, encontrava-se recolhida desde 1250 no Convento de São João das Donas, então dependente do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.
Embora desde 1278 empreendesse esforços para a instituição da sua casa de Clarissas, encontrava-se recolhida desde 1250 no Convento de São João das Donas, então dependente do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.
Em 13 de
Abril de 1283 obteve a licença para construir um mosteiro dedicado a Santa
Clara e a Santa Isabel da Hungria, cuja primeira pedra foi lançada a 28 de
Abril de 1286, perto do convento franciscano que anteriormente se instalara
(1247), na margem esquerda do rio Mondego.
Entretanto,
devido aos recursos (bens e rendimentos) com que dotou o novo convento, os
religiosos de Santa Cruz opuseram-se veementemente à obra, sob o argumento de
que D. Mor era soror professa de Santa Cruz e, por isso, dele dependente no
espiritual e temporal. Não obstante a oposição, D. Mor Dias levou consigo
algumas religiosas de São João das Donas, e a contenda assim aberta perdurou
por cerca de trinta anos.
Em 1302, com
o falecimento da fundadora, esta legou ao novo convento os seus bens e
rendimentos. A contenda, entretanto, prosseguiu, vindo a culminar na extinção
do mesmo em 2 de Dezembro de 1311.
Desde 1307,
porém, Santa Isabel de Aragão, Rainha de Portugal interessara-se pelo mesmo,
empenhando-se na mediação do conflito que logrou encerrar em 1319. Nesse
ínterim, alcançou do papa Clemente V, a 10 de Abril de 1314, a autorização para
a refundação do Mosteiro. A partir de então dedicou muito do seu tempo e do seu
património ao engrandecimento do mesmo.
1. Em 1316 iniciam-se as obras da
segunda construção, custeada pela rainha, que determinou ainda edificar, junto
ao Mosteiro, um hospital para trinta pobres (concluído em 1333) - com cemitério
e capela -, e um Paço onde, em 1325, quando enviuvou, se recolheu.
2. Em 1317 nele se instalam as
primeiras freiras, vindas de Zamora.
O
arquiteto-régio responsável pelas obras foi o mestre Domingos Domingues, que
trabalhou igualmente no claustro do Mosteiro de Alcobaça. Tendo falecido em
1325, foi substituído pelo mestre Estevão Domingues. É sob a orientação deste
que se concluem as obras da igreja e se inicia a construção dos claustros do
Mosteiro de Santa Clara, entre 1326 e 1327. Os claustros eram abastecidos por
um cano de água vindo da Quinta do Pombal (atual Quinta das Lágrimas).
Tendo D.
Dinis de Portugal falecido em 1325, pouco depois da sua morte, D. Isabel
recolheu-se ao Mosteiro, tomando o hábito das Clarissas, mas não fazendo votos,
o que lhe permitia manter a sua fortuna, que usava para a caridade. Fez o seu
testamento em 1328, nele tendo deixado expressa a sua vontade em ser sepultada
no Mosteiro, legando bens e recursos para a construção de uma capela, para as
obras do convento, e para o mantimento das Donas. Viria a falecer em Estremoz,
em 4 de Julho de 1336.
A nova
igreja foi consagrada em 1330, pelo então bispo de Coimbra, D. Raimundo Ebrard
II (1325-1333). A sua traça, de aparência românica com grossos paramentos e
contrafortes, respeita, em termos de planta e alçados, a disposição dos templos
de Clarissas - três naves de sete tramos, sem transepto, e cabeceira com três
capelas (as dos extremos quadrangulares; a capela-mor poligonal). A abside e os
absidíolos apresentam interiormente a forma poligonal, característica do
gótico.
Estêvão
Domingues cobriu a nave central com uma abóbada de berço quebrado, sustentada
por arcos torais de grande porte, desistindo, ao que parece, de a cobrir com
cruzaria de ogivas. Entretanto, nas naves colaterais optou claramente por este
sistema, apesar de grandes imperfeições técnicas a que não serão estranhas
dificuldades de implantação do templo, que muito cedo se afundaria nos campos
alagados às margens do Mondego.
Apesar dessas dificuldades, o objetivo do
mestre foi conseguido: o de construir um templo vertical (ainda que hoje o
afundamento e o piso intermédio construído nos dificultem perceber as
proporções esguias do conjunto), bem iluminado por frestas laterais de grande
altura.
Foi
invulgar, à época, a construção de três naves de altura idêntica, abobadadas em
pedra, ao invés da cobertura de madeira, então usual pelas Ordens mendicantes,
assim como a ausência de transepto, o que permitiu o maior alongamento do
claustro.
A iluminação
das naves é feita por duas rosáceas nos extremos da nave central e por janelas
duplas, de grande altura, rasgadas nas paredes laterais.
A vida do
Mosteiro ficou marcada, ao longo dos séculos, por sucessivos alagamentos
provocados pelas cheias do Mondego, o primeiro dos quais já em 1331, um ano
após a sagração do templo, que anunciou uma difícil convivência com as águas.
A
solução encontrada ao longo dos séculos foi o sucessivo alteamento do piso
térreo até que, no século XVII as religiosas se viram forçadas a construir um
piso superior ao longo do templo e a desocupar o inferior, o que sucedeu
igualmente nas demais dependências do Mosteiro. No entanto, a deterioração das
condições de habitabilidade levaram à construção, por iniciativa de D. João IV
de Portugal, de um novo edifício no vizinho Monte da Esperança - o Mosteiro de
Santa Clara-a-Nova.
Abandonado
definitivamente pela comunidade de religiosas em 1677, o antigo mosteiro passou
a ser conhecido como Santa Clara-a-Velha.
Após o
abandono, o mosteiro e o seu entorno deram lugar a uma exploração agrícola,
passando a parte superior do convento a ser utilizada como habitação, palheiro
e currais.
No início do
século XX, foi classificada como Monumento Nacional por Decreto de 16 de Junho
de 1910, e sujeito a extensa campanha de obras de restauro por iniciativa da
DGEMN a partir da década de 1930. Ainda assim, o conjunto continuou a ser
vítima das águas do rio. Nesse espaço desocupado, imerso nos sedimentos que
apenas deixavam visível a parte superior da igreja, criou-se uma imagem de ruína
aureolada de romantismo, que se manteve até à década de 1990.
Em 1991 foi
iniciado um ambicioso projeto de recuperação e valorização do seu sítio, com
orçamento na ordem dos 7,5 milhões de Euros, sob a coordenação do Arqueólogo Artur
Côrte-Real.
A campanha
arqueológica estendeu-se entre 1995 e 2000, colocando a descoberto a parte
inferior da igreja e o claustro, permitindo recolher um espólio significativo,
testemunho material do passado conventual. Decidida a manutenção a seco do
perímetro escavado (1977), foi construída uma cortina de contenção periférica
das águas, primeiro passo para a reabilitação do sítio. Ficou ainda incluída
uma importante área de reserva arqueológica, compreendendo o segundo claustro e
dependências anexas, dormitório e refeitório, a serem pesquisados no futuro.
O convento
de Santa Clara de Coimbra foi fundado nos inícios do século XIV, à margem
esquerda do rio Mondego. Santa Isabel de Aragão, Rainha de Portugal, esposa de
Dinis de Portugal, foi a principal benfeitora da instituição nos seus inícios,
tendo-o escolhido como lugar de seu sepultamento.
As
constantes inundações de que era vítima o primitivo mosteiro levaram à decisão
de construir um novo edifício para a comunidade de Clarissas. Desse modo, as
obras do novo convento começaram em 1649, com projeto de João Torriano, frade
beneditino, engenheiro-mor do reino e professor de matemática da Universidade
de Coimbra. A igreja e vários edifícios conventuais encontravam-se concluídos
em 1696, quando se mudaram as últimas monjas.
O grande claustro, construído pelo húngaro Carlos Mardel, foi custeado por João
V de Portugal em 1733.
A Confraria
da Rainha Santa Isabel recebeu o Convento de Santa Clara-a-Nova em 1891, quando
dele saiu a sua última religiosa.
Em 1911,
grande parte do monumento foi entregue ao Exército Português, que o devolveu à
Confraria em 2006.
Na rica
igreja em estilo maneirista, o lugar de honra cabe à urna de prata com óculos
de cristal contendo o corpo incorrupto da Rainha Santa Isabel, instalado em
1696 e custeado pelo povo de Coimbra.
O túmulo original, em uma única pedra,
mandado fazer pela própria rainha, jaz no coro baixo, onde painéis de madeira
policromática narram a história da sua vida.
Sé
Velha
O aspeto
mais notável da decoração românica da Sé Velha é o grande número de capitéis
esculpidos (cerca de 380), que a converte em um dos principais núcleos da
escultura românica portuguesa. Os motivos são entrelaço geométricos e
vegetalistas de influência árabe ou pré-românica, assim como quadrúpedes e aves
enfrentadas. Praticamente não há representações humanas, e não há nenhuma cena
bíblica. A ausência de figuras humanas é, talvez, consequência de os artistas
serem moçárabes (cristãos arabizados) que se haviam estabelecido em Coimbra no
século XII.
Da época
gótica (séculos XIII-XIV) subsistem vários túmulos com estátuas jazentes ao
longo das naves laterais, alguns muito erodidos. Um dos mais chamativos é o de
D. Vataça Lascaris (ou Betaça), uma dama bizantina que veio a Portugal no
início do século XIV, acompanhando D. Isabel de Aragão, que vinha casar-se com
o rei D. Dinis. O túmulo de D. Vataça leva o emblema do Império Bizantino: a
águia de duas cabeças, um trabalho escultórico atribuído à oficina de Mestre
Pero.
Na virada do
século XV para o XVI, o bispo D. Jorge de Almeida promoveu uma grande campanha
decorativa. Os pilares das naves e paredes laterais foram recobertos com
azulejos hispano-árabes sevilhanos. Estes azulejos, coloridos e com motivos
geométricos, foram retirados em uma reforma posterior, mas alguns trechos subsistem
em vários pontos da Sé.
Outra adição
importante foi o retábulo-mor, construído entre 1498 e 1502 pelos entalhadores
flamengos Olivier de Gand e Jean d'Ypres em estilo gótico flamejante. Esse
retábulo, um intrincado painel com figuras esculpidas que ilustram a história
da Virgem e Jesus, ocupa quase todo o espaço da capela-mor românica e é o melhor
retábulo de este tipo em Portugal.
O altar
gótico está apoiado sobre uma mesa de altar românica, contendo inscrições.
O absidíolo
Norte (capela de São Pedro), no qual está enterrado em campa rasa o bispo D.
Jorge de Almeida, contém um altar renascentista de autoria de Nicolau de
Chanterenne.
O absidíolo Sul foi totalmente reconstruído em estilo
renascentista (terminado em meados de 1566) e tem um magnífico retábulo de
pedra com Jesus e os apóstolos, do escultor João de Ruão. Na década de 30 do
mesmo século, João de Ruão já havia construído a Porta Especiosa na fachada
Norte.
No transepto
encontra-se também uma pia batismal gótico-renascentista (cerca de 1520-40),
obra do português Diogo Pires o-Moço, originária da Igreja de São João de
Almedina. A pia batismal manuelina da Sé Velha se encontra hoje na Sé Nova de
Coimbra (antiga Igreja dos Jesuítas).
A Igreja
Matriz de São Tiago Maior de Santiago do Cacém está geminada com a Sé Velha de
Coimbra desde 2003, em memória, sobretudo da amizade que ligava D. Vataça, benemérita
desta igreja, à Rainha Santa Isabel de Aragão.
O templo
começou a ser construído em 1598, com projeto do arquiteto oficial dos jesuítas
de Portugal, Baltazar Álvares, influenciado pela igreja do Mosteiro de São
Vicente de Fora em Lisboa. As obras desenvolveram-se com lentidão, e o culto
somente se iniciou em 1640, sendo o templo inaugurado apenas em 1698.
Em 1759, os
Jesuítas foram banidos de Portugal pelo Marquês de Pombal e, em 1772, a sede
episcopal de Coimbra foi transferida da velha Sé românica para a espaçosa
igreja jesuíta.
A fachada da
igreja é marcada por fortes linhas e possui quatro estátuas de santos jesuítas.
A parte superior da fachada, terminada só no século XVIII, tem decoração
barroca e contrasta com as partes inferiores, em estilo maneirista.
O interior
é de uma só nave abobadada com capelas laterais e transepto com cúpula e
lanternim.
O transepto e a capela-mor estão decorados com enormes e magníficos
retábulos de talha dourada, construídos em finais do século XVII e princípios
do século XVIII. As capelas laterais contêm vários retábulos maneiristas e
barrocos.
O cadeiral
da capela-mor, do século XVII, foi trazido da Sé Velha, assim como a magnífica
pia batismal de uma das capelas laterais, esculpida em estilo gótico-manuelino
por Pero e Felipe Henriques no início do século XVI.
Mosteiro Santa Cruz
O mosteiro
de Santa Cruz de Coimbra foi fundado em 1131 pelo Arcediago D. Telo, D. João
Peculiar e S. Teotónio (primeiro Prior do Mosteiro e primeiro Santo de
Portugal) e outros religiosos, que adotaram a regra dos Cónegos Regrantes de
Santo Agostinho. A instituição recebeu muitos privilégios papais e doações dos
primeiros reis de Portugal, tornando-se a mais importante casa monástica do
reino.
O primitivo
edifício do mosteiro e igreja de Santa Cruz foi erguido entre 1132 e 1223, com
projeto de mestre Roberto, conceituado artista do estilo românico.
A sua escola
foi uma das melhores instituições de ensino do Portugal medieval,
notabilizando-se por sua vasta biblioteca (hoje na Biblioteca Pública Municipal
do Porto) e seu ativo "scriptorium". À época de D. Afonso Henriques,
esse "scriptorium" foi utilizado como instrumento de consolidação do
poder real.
Ainda na
Idade Média, o mais famoso estudante de Santa Cruz foi Fernando Martins de
Bulhões, o futuro Santo Antônio de Lisboa (ou Santo Antônio de Pádua). Em 1220,
o religioso aí assistiu à chegada dos restos mortais de cinco frades
franciscanos martirizados no Marrocos (os Mártires de Marrocos), tendo então
decidido fazer-se missionário e partir de Portugal.
A partir de
1507, o rei Manuel I de Portugal ordenou uma extensa reforma, reconstruindo e
redecorando o mosteiro e a sua igreja. Nessa época foram transladados os restos
mortais de D. Afonso Henriques e de D. Sancho I dos seus primitivos sarcófagos
para novos túmulos decorados em estilo manuelino.
Entre 1530 e
1577 funcionou uma oficina de tipografia no claustro. É possível que o poeta
Luís de Camões tenha estudado em Santa Cruz, uma vez que um parente seu, D.
Bento de Camões, foi prior do mosteiro à época, e que há evidências, em sua
poesia, de uma estadia em Coimbra, santa. Data do século XIX o arco triunfal.
Quinta das Lágrimas
A área da
então denominada "Quinta do Pombal" constituiu-se em couto de caça da
Família Real Portuguesa desde pelo menos o século XIV.
O documento
mais antigo que refere à propriedade data de 1326, ano em que Santa Isabel de
Aragão, Rainha de Portugal mandou fazer um canal para levar a água de duas
nascentes para o Convento de Santa Clara. Ao sítio onde saía a água chamou-se
"Fonte dos Amores", por ter presenciado a paixão de D. Pedro, neto da
soberana, por Inês de Castro, fidalga galega que servia de dama de companhia à
esposa de D. Pedro, D. Constança.
Esta fonte ainda tem um acesso, por um arco
ogival gótico, datado do século XIV. A outra fonte da quinta, ligeiramente mais
distante da primeira em relação ao convento, foi denominada por Luís de Camões
em "Os Lusíadas", como "Fonte das Lágrimas", referindo que
a mesma nascera das lágrimas vertidas por Inês ao ser assassinada a mando de
Afonso IV de Portugal. O sangue de Inês teria ficado preso às rochas do leito,
ainda rubras após seis séculos e meio...
"As filhas do Mondego, a morte
escura
Longo tempo chorando memoraram
E por memória eterna em fonte pura
As Lágrimas choradas transformaram
O nome lhe puseram que ainda dura
Dos amores de Inês que ali passaram
Vede que fresca fonte rega as flores
Que as Lágrimas são água e o nome amores".
Os Lusíadas, canto III.
Longo tempo chorando memoraram
E por memória eterna em fonte pura
As Lágrimas choradas transformaram
O nome lhe puseram que ainda dura
Dos amores de Inês que ali passaram
Vede que fresca fonte rega as flores
Que as Lágrimas são água e o nome amores".
Os Lusíadas, canto III.
Ao longo dos
séculos, a quinta passou a ser propriedade da Universidade de Coimbra e de uma
ordem religiosa.
Em 1650 foi
murada, fizeram-se os caminhos e taludes que suportam a terra e as árvores da
mata, e construiu-se o grande tanque que recebe a água da Fonte das Lágrimas e
a encaminhava, através de um canal, para alimentar as mós de um lagar de
azeite.
Em 1730 a
quinta foi adquirida pela família Osório Cabral de Castro, que mandou construir
um palácio. Data desse período a atual designação de Quinta das Lágrimas.
Em 1813,
Arthur Wellesley, então ainda visconde de Wellington, comandante das tropas
luso-britânicas que defendiam o reino das forças francesas de Napoleão
Bonaparte, foi hóspede na quinta, a convite de seu ajudante-de-campo, António
Maria Osório Cabral de Castro, seu então proprietário. Wellington plantou, na
ocasião, duas sequoias ("Sequoia sempervirens") perto da "Fonte
dos Amores" e ergueu-se uma lápide com a célebre estrofe de "Os
Lusíadas" que situa a história de Pedro e Inês na Quinta.
Por volta de
1850, Miguel Osório Cabral e Castro, filho de Antônio, mandou construir o
frondoso jardim romântico que ainda hoje cerca a Quinta, com lagos
serpenteantes e espécies vegetais exóticas de vários lugares do mundo, numa
espécie de museu vegetal. O seu sobrinho, D. Duarte de Alarcão Velasquez
Sarmento Osório, bisavô dos atuais proprietários, fez construir, junto à entrada
da mina mandada fazer pela Rainha Santa uma porta em arco e uma janela
neogóticas, que dão acesso à mata da Quinta.
O século XIX
testemunhou várias visitas reais, como a de D. Miguel de Portugal e a do
Imperador do Brasil D. Pedro II (1872).
O palácio
original foi destruído por um violento incêndio em 1879, sendo reconstruído ao
estilo dos antigos solares rurais portugueses, com biblioteca e capela. Na área
ao redor do palácio ainda podem ser vistos os restos das antigas edificações
rurais tais como o espigueiro, o armazém e o lagar de azeite.
Os espaços
da Quinta e do Palácio foram recuperados nas décadas de 1980 e década de 1990 pelo
arquiteto José Maria Caldeira Cabral (Arquivo do Arquiteto Caldeira Cabral). Em
1995 foi inaugurado o Hotel Quinta das Lágrimas, integrante da rede da cadeia
Relais & Châteaux, considerado como um dos melhores do país. O seu
restaurante, o Arcadas, possui uma estrela no Guia Michelin.
Torre d´Anto
Trata-se de
uma antiga torre, integrante da cerca medieval da cidade, aproximadamente a meio
da maior de suas encostas, sobranceira ao rio Mondego. Como outras torres
daquela cerca, perdida a sua função defensiva, foi transformada em unidade
habitacional na primeira metade do século XVI. Data deste período a sua
designação como Torre do Prior do Ameal, assim como a sua atual aparência, com alterações
menores posteriores.
Esta torre
celebrizou-se por ter sido a residência do poeta Antônio Pereira Nobre
(1867-1900), quando estudante, no final do século XIX. Daí deriva o nome pelo
qual é melhor conhecida hoje, conforme o verso, em uma placa epigráfica, na sua
fachada:
"O poeta aqui viveu no oiro do
seu Sonho
Por isso a Torre esguia o nome veio d'Anto
Legenda d'Alma Só e coração tristonho
Que poetas ungiu na graça do seu pranto"
Por isso a Torre esguia o nome veio d'Anto
Legenda d'Alma Só e coração tristonho
Que poetas ungiu na graça do seu pranto"
Uma segunda
placa epigráfica na mesma fachada esclarece ainda:
"Esta
Torre de Anto foi assim chamada por Antônio Nobre, o grande poeta do Só, que
nela morou e a cantou nos seus versos. E habitou-a mais tarde Alberto
d'Oliveira, ilustre escritor e diplomata, o grande amigo de António Nobre e da
Coimbra amada."
Aqueduto São Sebastião
Remonta a um
primitivo aqueduto romano, que abastecia a parte alta da povoação.
O atual
aqueduto é obra do final do século XVI, sob o reinado de Sebastião de Portugal,
com traça do arquiteto italiano Filipe Terzio. Aproveitando o percurso e
possivelmente os restos do antigo aqueduto, ligava os morros onde se situavam o
mosteiro de Santana e o Castelo de Coimbra, vencendo uma depressão em vinte e
um arcos.
O Arco de
Honra é de cantaria de pedra, e no seu topo destaca-se um conjunto de duas
esculturas representando, do lado Norte São Roque, e do lado Sul São Sebastião.
Mesclando o
antigo e o moderno, Coimbra tem um atrativo especial que leva o visitante à
sonhar com o passado, viver com o presente e esperar pelo futuro, sem nunca
perder de vista o romantismo de seu povo e de sua história.
Berço de ilustres músicos, compositores, poetas e cantores, Coimbra mescla poesia e canção, em
eterno pulsar de corações apaixonados por sua beleza e encanto.
Passeando por entre suas avenidas, ruas, ladeiras, vias e vielas, é impossível não se sentir em outro mundo, em um universo diferente e único que só existe na Bela Coimbra, retratada e cantada por séculos...
Uma das
canções mais conhecidas no Brasil, chamada apenas de "Coimbra", tem embalado momentos felizes
de inúmeros sonhadores e admiradores ao redor do mundo.
A música "Coimbra", cantada por muitos artistas, fica aqui registrada nesta postagem nas vozes de
Amália Rodrigues, Roberto Carlos e Caetano Veloso.
Coimbra
Música: Raul Ferrão
Letra: José Galhardo
(fado de Coimbra)
Coimbra do
choupal
Ainda és capital
Do amor em Portugal, ainda
Coimbra onde uma vez
Com lágrimas se fez
A história dessa Inês tão linda
Coimbra das canções
Coimbra que nos põe
Os nossos corações, à luz...
Coimbra dos doutores
Pra nós os seus cantores
A fonte dos amores és tu
Coimbra é uma lição
De sonho e tradição
O lente é uma canção
E a lua a faculdade
O livro é uma mulher
Só passa quem souber
E aprende-se a dizer saudade
Ainda és capital
Do amor em Portugal, ainda
Coimbra onde uma vez
Com lágrimas se fez
A história dessa Inês tão linda
Coimbra das canções
Coimbra que nos põe
Os nossos corações, à luz...
Coimbra dos doutores
Pra nós os seus cantores
A fonte dos amores és tu
Coimbra é uma lição
De sonho e tradição
O lente é uma canção
E a lua a faculdade
O livro é uma mulher
Só passa quem souber
E aprende-se a dizer saudade
Trabalho
e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro, Marinha Grande, Portugal.
Diagramação e Editoração de Dermeval Neves, São Paulo, Brasil.
Diagramação e Editoração de Dermeval Neves, São Paulo, Brasil.
Excepcionais esses relatos histólricos da cidade Coimbra, estupendamente redigidos e ricamente ilustrados.
ResponderExcluirEstá de parabéns o Carlos e o CEN por tão rico acervo de história e cultura, pois estes são dados importantíssimos,
que não se encontram em qualquer enciclopédia. Humberto Rodrigues Neto - São Paulo - Brasil.
Maravilhoso este documento. Parabenizar é pouco. Admirável esta narrativa da enciclopédia humana: Carlos Leite Ribeiro.! Hiroko Hatada Nishiyama, São Paulo-Brasil
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