terça-feira, 6 de agosto de 2013

PLANTAS

Plantas

Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro


A existência de tantos tipos diferentes de plantas e animais é devida ao processo de evolução. Apesar de ainda estar longe de ser compreendida, e evolução é o resultado de variação, que se deve principalmente a mutações (alterações em geral pequenas, mas específicas, do material genético). Potencialmente, as plantas são capazes de uma considerável variação, mas a maior parte desse potencial é suprimida pela seleção natural (sobrevivência dos maus aptos).

Por outro lado, a seleção natural pode favorecer o mutante, que pode suceder à espécie original ou separar-se dela. Assim, novas espécies formam-se lentamente, com a extinção de uma espécie ou de outra eliminando a ligação direta entre elas. É o processo de extinção ao longo de milhões de anos que separa grupos inteiros de plantas, de forma a tornar difícil compreender como elas estão relacionadas entre si.

Em termos humanos, isto pode ser explicado melhor pelos “elos desaparecidos”. Podemos supor e provar que descendemos de uma espécie qualquer de antropoide, mas as espécies intermédias estão extintas.

Metaphyta

O Reino Plantae, Metaphyta ou Vegetabilia (Vegetal) é um dos maiores grupos de seres vivos na Terra (com cerca de 400.000 espécies conhecidas, incluindo uma grande variedade de ervas, árvores, arbustos, plantas microscópicas, etc.). São, em geral, organismos autotróficos cujas células incluem um ou mais organelos especializados na produção de material orgânico a partir de material inorgânico e da energia solar, os cloroplastos.

No entanto o termo planta, ou vegetal, é muito mais difícil de definir do que se poderia pensar. Lineu definiu o seu reino Plantae incluindo todos os tipos de plantas "superiores", as algas e os fungos. Depois de se descobrir que nem todas eram verdes, passou-se a definir planta como qualquer ser vivo sem movimentos voluntários. Aristóteles dividia todos os seres vivos em plantas (sem capacidade motora ou órgãos sensitivos), e em animais - esta definição foi aceita durante muito tempo. No entanto, nem esta definição é muito correta, uma vez que a sensitiva (Mimosa pudica, uma leguminosa), fecha os seus folíolos ao mínimo toque, entre outras causas, como o fim do dia solar.

Algas euglenophytas

Quando se descobriram os primeiros seres vivos unicelulares, eles foram colocados, em termos gerais, entre os protozoários quando tinham movimento próprio. As bactérias e as algas foram colocadas noutras divisões do reino Plantae – no entanto, foi difícil decidir a classificação, por exemplo, de algumas espécies do gênero Euglena, que são verdes e altamente móveis.

A classificação biológica mais moderna – a cladística – procura enfatizar as relações evolutivas entre os organismos: idealmente, um táxon (ou clado) deve ser monofilético, ou seja, todas as espécies incluídas nesse grupo devem ter um antepassado comum. Pode-se, então, definir o Reino Viridaeplantae ("plantas verdes") ou apenas Plantae como um grupo monofilético de organismos eucarióticos que fotossintetizam usando os tipos de clorofila "A" e "B", presente em cloroplastos (organelos com uma membrana dupla) e armazenam os seus produtos fotossintéticos, tal como o amido.


Processo da Fotossíntese

As células destes organismos são, também, revestidas duma parede celular constituída essencialmente por celulose. De acordo com esta definição, ficam fora do Reino Plantae as algas castanhas, as algas vermelhas e muitos seres autotróficos unicelulares ou coloniais, atualmente agrupados no Reino Protista, assim como as bactérias e os fungos, que constituem os seus próprios reinos. Cerca de 300 espécies conhecidas de plantas não realizam a fotossíntese, sendo, pelo contrário parasitas de plantas fotossintéticas.

Mas o que é afinal uma planta?

Esta é uma pergunta simples, que não tem uma resposta simples. É fácil dizer que uma planta é verde, que tem caule, ramos, raízes e folhas; que não se move e que cada uma de suas células é rodeada por uma parede de celulose. Todavia, podemos encontrar numerosas exceções a todos estes pontos. Primeiramente, nem todas as plantas são verdes e, algumas são incolores e dependem de outros organismos vivos para obterem seu alimento, enquanto outras aparecem pardas, amarelas ou vermelhas, graças à presença de outros pigmentos. Não restam dúvidas de que os caules, as raízes e as folhas são órgãos típicos das plantas mais evoluídas, como aquelas que, geralmente, costumamos cultivar, mas a distinção, até mesmo aqui, poderá ser, de certo modo, algo arbitrária e, por vezes, enganadora.

Algas


Na realidade, esses órgãos não ocorrem, como tais, em plantas menos evoluídas, caso em que só podemos denominar talo o corpo da planta, achatado ou lobado, caso das algas hepáticas, ou não, como certos fungos, ou de micélio, os cordões filamentosos brancos de fungos. Além disso, embora as plantas não se movam com as suas raízes, há muitas delas que têm um ou mais estágios simples nas suas vidas em que se podem mover por meio de estruturas representadas por filamentos vibráteis chamados flagelos. Por outro lado, também podemos encontrar em muitas folhas e nas armadilhas para capturar animais, que existem nas plantas carnívoras (*).

Da mesma forma, também temos exceções no que se refere à caraterística geral da parede de célula em certo número de plantas simples, em que elas são nuas, se apresentam a descoberto, ou em parede não é, conforme a regra, composta principalmente de celulose.

Tendo no pensamento essas dificuldades na definição de uma planta, podemos dizer, entretanto, que as verdadeiras plantas incluem as algas, os musgos e as hepáticas, fetos e seus semelhantes, coníferas e plantas de flores.

Amanita Muscaria (Família dos Fungos)

As bactérias, os fungos e os vírus têm muitas caraterísticas inteiramente divorciadas das que se apresentam nas verdadeiras plantas. Os fungos, por exemplo, estão sendo considerados, como pertencentes a um terceiro reino, já que não são plantas, nem animais. Todavia, estão mais perto, provavelmente, das plantas do que dos animais. Os vírus, por outro lado, são objeto de controvérsia, e não se sabe se devem ou não ser considerados seres vivos.

(*) Plantas carnívoras, existem quatro famílias principais destas plantas: Nepenthaceae, Sarraceniaceae, Droseraceae e Lentibulariaceae. São extremamente distintas entre si com respeito às estruturas reprodutivas, o que indica que podem ter evoluído paralelamente, e que sua habilidade de capturar e digerir seja uma convergência evolutiva. Entretanto, algumas estratégias de captura são similares, como nos animais.

Nsibyusm

Nepenthaceae: Possuem na ponta de suas folhas estruturas semelhantes a jarros, sendo na verdade continuações da própria folha modificadas, com as bordas do limbo unidas formando uma ânfora. Sobre a abertura desta ânfora encontra-se uma estrutura semelhante a uma "tampa", normalmente colorida, servindo de proteção estática para que a armadilha não se encharque. Isso faz com que apenas uma porção de líquido encontre-se em seu interior, e é neste líquido que insetos, aranhas, e mesmo pequenos pássaros ficam presos ao escorregarem para dentro do tubo - atraídos pelas cores e pelo brilho de glândulas situadas na base da tampa. Uma vez dentro, uma parede cerosa e pelos no interior da folha voltados para baixo, evitam que esta possa ser escalada, e ali os animais são digeridos.

Esta família possui algumas das maiores espécies de plantas carnívoras e tem a forma de uma trepadeira (sendo que a estrutura entre a folha e a armadilha atua na sustentação da planta, de maneira análoga às gavinhas das videiras).

Sarraceniaceae

Sarraceniaceae: Esta família consiste de plantas carnívoras com folhas saindo de um rizoma subterrâneo, folhas estas unidas pelas bordas formando um comprido jarro, semelhante à família Nepenthaceae. Compreende os gêneros Sarracenia, Darlingtonia (ambas naturais da América do Norte) e Heliamphora (natural da América do Sul). Encontradas na sua maioria em climas temperados, as plantas entram em um período de dormência nas épocas mais frias do ano.

Algumas espécies de aranhas-caranguejos podem viver em suas armadinhas para caçar suas presas, mas como apenas sugam os fluidos dos insetos. Assim nem a planta nem a aranha saem prejudicadas.

Droseraceae Dionaeas

Droseraceae: é uma família de plantas angiospérmicas (plantas com flor - divisão Magnoliophyta), pertencente à ordem Caryophyllales. A ordem à qual pertence esta família está por sua vez incluida na classe Magnoliopsida (Dicotiledôneas): desenvolvem portanto embriões com dois ou mais cotilédones.

A família abriga os gêneros Drosera, Dionaea e Aldrovanda (Aldrovanda vesiculosa). As plantas do género Drosera, o único da família com mais de uma espécie, possuem tricomas glandulares ("tentáculos") que recobrem principalmente suas folhas e que, ao secretarem uma substância pegajosa, atraem suas presas. Estas ficam aprisionadas nas armadilhas adesivas onde morrem e são lentamente digeridas, tendo os nutrientes de seus corpos absorvidos pela superfície das folhas. O género Dionaea é composto apenas pela espécie Dionaea muscipula, a popular "papa-moscas".

Lentibulariaceae

Lentibulariaceae: O gênero Pinguicula pertence à família Lentibulariaceae, mas possui estratégia parecida com as Drosera. Esta família também possui estratégias passivas e ativas. Em Utricularia, gênero de plantas basicamente aquáticas, a maior parte das folhas (senão todas) são submersas e extremamente modificadas em filamentos muito ramificados.

Utricularia

Em alguns pontos destes filamentos, encontram-se pequenas câmaras vazias, seladas por uma válvula e guarnecidas de pelos. Larvas ou animais planctónicos, ao encostarem nesses pelos, detonam um processo semelhante ao da Dionaea, abrindo a válvula e provocando uma súbita corrente de água para o interior das câmaras, carregando o animal consigo, onde ele será digerido.

Além destas quatro famílias, há plantas carnívoras menos conhecidas em outras famílias:

Cephalotaceae é uma família cuja única espécie é Cephalotus follicularis. Esta espécie possui uma elaborada, mas pequena, armadilha do tipo ânfora (uns poucos centímetros no máximo), e está restrita ao sudoeste da Austrália.

A família Drosophyllaceae inclui o Drosophyllum lusitanicum, uma planta carnívora endêmica de Portugal, Espanha e norte de Marrocos.

Drosophyllum Lusitanicum

Os membros da família Byblidaceae, pertencentes ao género Byblis , possuem armadilhas similares às de Drosera e Drosophyllum.

Algumas espécies de Bromeliaceae, como a Brocchinia reducta e Catopsis berteroniana são reconhecidamente carnívoras. Bromélias são monocotiledôneas, e como são naturalmente plantas coletoras de chuva pela forma de sua folhagem, e muitas espécies são epífitas e coletam detritos (Bromélia tanque), não é de se espantar que algumas tenham desenvolvido um hábito em direção à carnívora ao adicionar cera, glândulas digestivas e pelos voltados para baixo à sua estrutura.

Bromeliaceae

Como a maioria das carnívoras, Cephalotus e bromélias carnívoras são encontradas em regiões de solos pobres (ou com deficiência de nutrientes, como ocorre com as bromélias epífitas), alta luminosidade, muita umidade e incêndios naturais regulares ou outras perturbações do habitat.

Elas realizam a fotossíntese, mas mesmo assim precisam se alimentar de animais pequenos para suprir suas necessidades biológicas, esses insetos possuem nitrogênio, muito importante para a planta, e a fotossíntese fica responsável pelos açúcares.

Triphyophyllum

A família Dioncophyllaceae abriga o género monoespecífico Triphyophyllum (T. peltatum), considerada atualmente a maior das plantas carnívoras.

Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro – Marinha Grande – Portugal

Um comentário:

  1. Gostei muito de ler a história da Serra de Sintra. Se Deus quiser, um dia pretendo visitar.
    Parabéns por mais esta pesquisa, amigo Carlos.
    Receba um abraço meu,
    Eliana Ellinger

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