quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Agricultura

AGRICULTURA

Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro
Colaboração e Formatação de Dermeval Neves

A atividade agrícola continua a ser fundamental em todos os países e todas as sociedades.


É da Agricultura que a humanidade tira quase a totalidade da sua alimentação comestível sem necessidade de transformação industrial, seja através da produção de matérias-primas para a indústria alimentar. A agricultura contribui também, embora menos que outrora, para a produção das matérias-primas necessárias ao fabrico de têxteis.

Os destinos industriais dos seus produtos diversificam-se. Alargando o seu papel como fonte de matérias-primas, a agricultura evoluiu muito durante as últimas décadas, tanto no ponto de vista técnico como econômico.

Quando o homem deixou de ser nômade para se dedicar à agricultura, deu um importante passo para sua evolução.

Isso aconteceu quando ele descobriu que alguns grãos que cresciam soltos pela natureza podiam ser plantados e cultivados.

Eram vários os tipos de grãos, entre eles, a aveia, a cevada, o sorgo e, claro, o trigo.

Naquela época os grãos não eram iguais aos que a gente encontra hoje, eram o que chamamos de "grãos selvagens" que, ao longo dos séculos, foram se modificando.

Diferentes povos, desde a pré-história até o Mundo Antigo, utilizaram esses grãos para a alimentação, ou fazendo uma espécie de mingau, ou cozinhando um tipo de bolo não levedado, que ainda não era realmente o que a gente pode chamar de pão.


A agricultura teve o seu início há cerca de 10 a 12 mil anos na região situada entre os rios Nilo, Tigre e Eufrates, conhecida por Crescente Fértil. O cultivo intencional de cereais está associado à sedentarização das populações e à passagem de uma economia recoletora para uma economia produtiva, geradora de excedentes e baseada na exploração da terra.

A arte do cultivo das plantas e da domesticação dos animais foi-se transmitindo na Europa de oriente para ocidente e deve ter chegado à Península Ibérica há cerca de quatro mil anos.

Com exceção de algumas técnicas propostas pelos agrônomos romanos (Columela, Plínio, Varrão), a agricultura europeia manteve-se praticamente inalterada até ao séc. XVIII.

A rotação bienal cereal - pousio herdada do Neolítico, uma alimentação baseada em hidratos de carbono e uma produção animal marginal no sistema, baseada nos ovinos e caprinos que apascentavam os restolhos e os revestimentos espontâneos das terras em pousio, eram os traços mais marcantes da agricultura europeia.


Num processo que se iniciou na Holanda em meados do séc. XVII e que decorreu na Inglaterra no século XVIII introduziram-se alterações profundas nas técnicas da produção agrícola.

A abolição do pousio, possibilitada por lavouras mais profundas e frequentes e a prática de novas rotações (rotação de Norfolk) conduziram à chamada Revolução Agrícola que, conjuntamente com outros fatores, permitiu a Revolução Industrial.

A rotação de Norfolk era constituída por uma cultura sachada (nabo) que abria a rotação, seguida de um cereal, uma leguminosa (trevo violeta) e novamente um cereal. A constituição de prados artificiais (trevo) e a cultura de raízes forrageiras (nabo) permitiu melhorar a alimentação animal o que conduziu à intensificação pecuária e ao melhoramento das raças.


( Antigo Curral )

A estabulação do gado bovino permitiu dispor de estrume cuja incorporação nos solos levou a aumentos de produtividade. A terra passou a ser encarada como meio de produção rentável, nascendo uma agricultura do tipo empresarial.

O aumento da produtividade da terra gerou maior disponibilidade de rendimento que foi encaminhado para a procura de têxteis, inicialmente de lã e logo depois de algodão.

Esse aumento de produtividade era conseguido, em parte, devido a mobilizações do solo mais profundas e frequentes que exigiam aperfeiçoamentos nos aparelhos aratórios.

As peças de madeira foram sendo substituídas por ferro e a utilização do cavalo como animal de tração incrementou a procura de metal para as ferraduras estimulando, desta forma, a siderurgia e o consumo do carvão.

Se é certo que a Revolução Agrícola, conjuntamente com a explosão demográfica, a evolução dos conhecimentos técnicos e dos transportes ferroviários e marítimos influenciou a Revolução Industrial, não é menos verdade que a indústria estimulou a modernização da agricultura.

As contribuições ao nível da maquinaria agrícola, das aplicações da química (adubos e pesticidas) e a melhoria dos transportes que conferiram à agricultura o estímulo do mercado, fizeram-se sentir desde cedo e, mais recentemente, as aplicações da informática foram decisivas na criação da agricultura moderna.

Agricultura é a arte ou processo de usar o solo para cultivar plantas com o objetivo de obter alimentos, fibras, energia e matéria-prima para roupas, construções, medicamentos, ferramentas e contemplação estética.

A quem trabalha na agricultura chama-se agricultor. O termo fazendeiro se aplica ao proprietário de terras rurais onde, normalmente, é praticada a agricultura ou pecuária ou ambos.

Supostamente, há cerca de 12 mil anos atrás, durante a Pré-história, no período do neolítico ou período da pedra polida, alguns indivíduos de povos caçadores-coletores notaram que alguns grãos que eram coletados da natureza para a sua alimentação poderiam ser enterrados, isto é, "semeados" a fim de produzir novas plantas iguais às que os originaram. 

Essa prática permitiu o aumento da oferta de alimento dessas pessoas, as plantas começaram a ser cultivadas muito próximas umas das outras. Isso porque elas podiam produzir frutos, que eram facilmente colhidos quando maturassem, o que permitia uma maior produtividade das plantas cultivadas em relação ao seu habitat natural.


Logo, as frequentes e perigosas buscas à procura de alimentos eram evitadas. Com o tempo, as pessoas foram selecionando os melhores grãos selvagens e foram selecionados aqueles que possuíam as características que mais interessavam aos primeiros agricultores, tais como: tamanho, quantidade produzida, sabor, etc.

Assim surgiu o cultivo das primeiras plantas domesticadas, entre as quais se inclui o trigo e a cevada.


O início das atividades agrícolas separa o período neolítico do imediatamente anterior, o período da pedra lascada. Como é anterior à história escrita, os primórdios da agricultura são obscuros, mas admite-se que ela tenha surgido independentemente em diferentes lugares do mundo, provavelmente nos vales e várzeas fluviais habitados por antigas civilizações.

Durante o período neolítico, as principais áreas agrícolas estavam localizadas nos vales dos rios Nilo (Egito), Tigre e Eufrates (Mesopotâmia, atualmente conhecida como Irã e Iraque), Amarelo e Azul (China).

Há registros de cultivos em pelo menos três regiões diferentes do mundo em épocas distintas: Mesopotâmia (possivelmente pela cultura Namuriana), América Central (pelas culturas pré-colombianas) e nas bacias hidrográficas da China e da Índia.

Mudanças no clima ou desenvolvimentos da tecnologia humana podem ter sido as razões iniciais que levaram à descoberta da agricultura.

A agricultura permite a existência de aglomerados humanos com muito maior densidade populacional que os que podem ser suportados pela caça e coleta. Houve uma transição gradual na qual a economia de caça e coleta coexistiu com a economia agrícola: algumas culturas eram deliberadamente plantadas e outros alimentos eram obtidos da natureza.


A importância da prática da agricultura na história do homem é tanto elogiada como criticada: enquanto alguns consideram que foi o passo decisivo para o desenvolvimento humano, críticos afirmam que foi o maior erro na história da raça humana.

Por um lado, o grupo que se fixou na terra tinha mais tempo dedicado a atividades com objetivos diferentes de produzir alimentos, que resultaram em novas tecnologias e a acumulação de bens de capital, daí o aculturamento e o aparente melhoramento do padrão de vida.


Por outro, os grupos que continuaram utilizando-se de alimentos nativos de sua região, mantiveram um equilíbrio ecológico com o ambiente, ao contrário da nova sociedade agrícola que se formou, desmatando a vegetação nativa para implantar a monocultura, na procura de maior quantidade com menor variedade, posteriormente passando a utilizar pesticidas e outros elementos químicos, causando um grande impacto no solo, na água, na fauna e na flora da região.


Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro - Marinha Grande - Portugal

Um comentário:

  1. A agricultura foi a maior descoberta do homem, a terra nos dá tudo.
    Belo texto e de grande informação.

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