AGRICULTURA
Trabalho e pesquisa de Carlos Leite
Ribeiro
Colaboração e Formatação de Dermeval
Neves
A atividade
agrícola continua a ser fundamental em todos os países e todas as sociedades.
É da
Agricultura que a humanidade tira quase a totalidade da sua alimentação
comestível sem necessidade de transformação industrial, seja através da
produção de matérias-primas para a indústria alimentar. A agricultura contribui
também, embora menos que outrora, para a produção das matérias-primas
necessárias ao fabrico de têxteis.
Os destinos
industriais dos seus produtos diversificam-se. Alargando o seu papel como fonte
de matérias-primas, a agricultura evoluiu muito durante as últimas décadas,
tanto no ponto de vista técnico como econômico.
Quando o homem deixou de ser nômade
para se dedicar à agricultura, deu um importante passo para sua evolução.
Isso
aconteceu quando ele descobriu que alguns grãos que cresciam soltos pela
natureza podiam ser plantados e cultivados.
Eram vários os tipos de grãos,
entre eles, a aveia, a cevada, o sorgo e, claro, o trigo.
Naquela
época os grãos não eram iguais aos que a gente encontra hoje, eram o que
chamamos de "grãos selvagens" que, ao longo dos séculos, foram se
modificando.
Diferentes povos, desde a pré-história até o Mundo Antigo,
utilizaram esses grãos para a alimentação, ou fazendo uma espécie de mingau, ou
cozinhando um tipo de bolo não levedado, que ainda não era realmente o que a
gente pode chamar de pão.
A
agricultura teve o seu início há cerca de 10 a 12 mil anos na região situada
entre os rios Nilo, Tigre e Eufrates, conhecida por Crescente Fértil. O cultivo
intencional de cereais está associado à sedentarização das populações e à
passagem de uma economia recoletora para uma economia produtiva, geradora de
excedentes e baseada na exploração da terra.
A arte do
cultivo das plantas e da domesticação dos animais foi-se transmitindo na Europa
de oriente para ocidente e deve ter chegado à Península Ibérica há cerca de quatro
mil anos.
Com exceção
de algumas técnicas propostas pelos agrônomos romanos (Columela, Plínio,
Varrão), a agricultura europeia manteve-se praticamente inalterada até ao séc.
XVIII.
A rotação bienal cereal - pousio herdada do Neolítico, uma alimentação
baseada em hidratos de carbono e uma produção animal marginal no sistema,
baseada nos ovinos e caprinos que apascentavam os restolhos e os revestimentos
espontâneos das terras em pousio, eram os traços mais marcantes da agricultura
europeia.
Num processo
que se iniciou na Holanda em meados do séc. XVII e que decorreu na Inglaterra
no século XVIII introduziram-se alterações profundas nas técnicas da produção
agrícola.
A abolição do pousio, possibilitada por lavouras mais profundas e
frequentes e a prática de novas rotações (rotação de Norfolk) conduziram à
chamada Revolução Agrícola que, conjuntamente com outros fatores, permitiu a Revolução
Industrial.
A rotação de
Norfolk era constituída por uma cultura sachada (nabo) que abria a rotação,
seguida de um cereal, uma leguminosa (trevo violeta) e novamente um cereal. A
constituição de prados artificiais (trevo) e a cultura de raízes forrageiras
(nabo) permitiu melhorar a alimentação animal o que conduziu à intensificação
pecuária e ao melhoramento das raças.
A
estabulação do gado bovino permitiu dispor de estrume cuja incorporação nos
solos levou a aumentos de produtividade. A terra passou a ser encarada como
meio de produção rentável, nascendo uma agricultura do tipo empresarial.
O
aumento da produtividade da terra gerou maior disponibilidade de rendimento que
foi encaminhado para a procura de têxteis, inicialmente de lã e logo depois de
algodão.
Esse aumento
de produtividade era conseguido, em parte, devido a mobilizações do solo mais
profundas e frequentes que exigiam aperfeiçoamentos nos aparelhos aratórios.
As
peças de madeira foram sendo substituídas por ferro e a utilização do cavalo como
animal de tração incrementou a procura de metal para as ferraduras estimulando,
desta forma, a siderurgia e o consumo do carvão.
Se é certo
que a Revolução Agrícola, conjuntamente com a explosão demográfica, a evolução
dos conhecimentos técnicos e dos transportes ferroviários e marítimos
influenciou a Revolução Industrial, não é menos verdade que a indústria
estimulou a modernização da agricultura.
As contribuições ao nível da
maquinaria agrícola, das aplicações da química (adubos e pesticidas) e a melhoria
dos transportes que conferiram à agricultura o estímulo do mercado, fizeram-se
sentir desde cedo e, mais recentemente, as aplicações da informática foram
decisivas na criação da agricultura moderna.
Agricultura
é a arte ou processo de usar o solo para cultivar plantas com o objetivo de
obter alimentos, fibras, energia e matéria-prima para roupas, construções,
medicamentos, ferramentas e contemplação estética.
A quem trabalha na
agricultura chama-se agricultor. O termo fazendeiro se aplica ao proprietário
de terras rurais onde, normalmente, é praticada a agricultura ou pecuária ou
ambos.
Supostamente,
há cerca de 12 mil anos atrás, durante a Pré-história, no período do neolítico
ou período da pedra polida, alguns indivíduos de povos caçadores-coletores notaram
que alguns grãos que eram coletados da natureza para a sua alimentação poderiam
ser enterrados, isto é, "semeados" a fim de produzir novas plantas
iguais às que os originaram.
Essa prática permitiu o aumento da oferta de
alimento dessas pessoas, as plantas começaram a ser cultivadas muito próximas
umas das outras. Isso porque elas podiam produzir frutos, que eram facilmente
colhidos quando maturassem, o que permitia uma maior produtividade das plantas
cultivadas em relação ao seu habitat natural.
Logo, as
frequentes e perigosas buscas à procura de alimentos eram evitadas. Com o
tempo, as pessoas foram selecionando os melhores grãos selvagens e foram
selecionados aqueles que possuíam as características que mais interessavam aos
primeiros agricultores, tais como: tamanho, quantidade produzida, sabor, etc.
Assim surgiu o cultivo das primeiras plantas domesticadas, entre as quais se
inclui o trigo e a cevada.
O início das
atividades agrícolas separa o período neolítico do imediatamente anterior, o
período da pedra lascada. Como é anterior à história escrita, os primórdios da
agricultura são obscuros, mas admite-se que ela tenha surgido independentemente
em diferentes lugares do mundo, provavelmente nos vales e várzeas fluviais
habitados por antigas civilizações.
Durante o
período neolítico, as principais áreas agrícolas estavam localizadas nos vales
dos rios Nilo (Egito), Tigre e Eufrates (Mesopotâmia, atualmente conhecida como
Irã e Iraque), Amarelo e Azul (China).
Há registros
de cultivos em pelo menos três regiões diferentes do mundo em épocas distintas:
Mesopotâmia (possivelmente pela cultura Namuriana), América Central (pelas
culturas pré-colombianas) e nas bacias hidrográficas da China e da Índia.
Mudanças no
clima ou desenvolvimentos da tecnologia humana podem ter sido as razões
iniciais que levaram à descoberta da agricultura.
A agricultura permite a
existência de aglomerados humanos com muito maior densidade populacional que os
que podem ser suportados pela caça e coleta. Houve uma transição gradual na
qual a economia de caça e coleta coexistiu com a economia agrícola: algumas
culturas eram deliberadamente plantadas e outros alimentos eram obtidos da
natureza.
A
importância da prática da agricultura na história do homem é tanto elogiada
como criticada: enquanto alguns consideram que foi o passo decisivo para o
desenvolvimento humano, críticos afirmam que foi o maior erro na história da
raça humana.
Por um lado, o grupo que se fixou na terra tinha mais tempo
dedicado a atividades com objetivos diferentes de produzir alimentos, que
resultaram em novas tecnologias e a acumulação de bens de capital, daí o
aculturamento e o aparente melhoramento do padrão de vida.
Por outro,
os grupos que continuaram utilizando-se de alimentos nativos de sua região,
mantiveram um equilíbrio ecológico com o ambiente, ao contrário da nova
sociedade agrícola que se formou, desmatando a vegetação nativa para implantar
a monocultura, na procura de maior quantidade com menor variedade,
posteriormente passando a utilizar pesticidas e outros elementos químicos,
causando um grande impacto no solo, na água, na fauna e na flora da região.
Trabalho e
pesquisa de Carlos Leite Ribeiro - Marinha Grande - Portugal
A agricultura foi a maior descoberta do homem, a terra nos dá tudo.
ResponderExcluirBelo texto e de grande informação.