Barão Rio do Branco
José Maria da Silva Paranhos Júnior
Ilustre brasileiro
Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro
O Barão do Rio Branco nasceu em
20 de Abril de 1845. Foi deputado (1868/1872), Secretário Particular na missão
de negociação de paz com o Paraguai (1870/1871) e Cônsul-Geral em Liverpool
(1876).
No período que esteve a frente do Ministério das
Relações Exteriores (1902-1912), o Barão do Rio Branco foi responsável pela
consolidação das atuais fronteiras do Brasil, e por importante modernização das
ações da Chancelaria brasileira.
O Barão do Rio Branco personaliza
a tradição de excelência dos serviços prestados ao Brasil pelo Ministério das
Relações Exteriores.
Forma-se em Direito no Recife. Em
1869 elege-se deputado por Mato Grosso. Torna-se cônsul do Brasil em Liverpool,
na Inglaterra, em 1876. Com a proclamação da República, assume a
superintendência geral do Serviço de Emigração para o Brasil. Entre 1893 e 1900
é designado para resolver as disputas pelos territórios de Sete Povos das
Missões - entre Brasil e Uruguai - e do Amapá. Assegura o domínio brasileiro
nessas áreas e recebe o título de barão do Rio Branco (1888). Em 1902 é
indicado para o Ministério das Relações Exteriores. Participa, ainda, da
disputa pelo Acre com a Bolívia e de questões fronteiriças com Venezuela,
Colômbia e outros países. Membro da Academia Brasileira de Letras, escreve
vários livros sobre história do Brasil. Morre no Rio de Janeiro.
Desde estudante revelou vocação
para os estudos históricos – geográficos, tendo escrito sobre Luís Barroso
Pereira os "Episódios da Guerra do Prata" – seu pequeno estudo após
ter concluído o curso. Outro estudo "Esboço biográfico do general José de
Abreu – Barão de Serro Largo", entregue ao Instituto Histórico antes da
sua viagem à Europa, lhe abrir as portas daquela instituição. Professor, no
Colégio Pedro 2º, de Coreografia e História do Brasil, promotor público em Nova
Friburgo, deputado por Mato Grosso de 1869 a 1875, redator de "A Nação",
onde debateu questões da política internacional e especialmente de limites,
iniciou em 1875 a anotação da obra traduzida de L. Schneider sobre a Guerra do
Paraguai. Entrando para a carreira diplomática, foi nomeado Cônsul – Geral e,
Liverpool (Inglaterra) em 1876, onde prosseguiu nos comentários à obra de
Schneider, planeou uma história militar do Brasil, que não chegou a escrever,
colaborou na "Nova Geografia Universal", de É. Reclus, sobre tudo que
se referia ao Brasil, e na "Grande Enciclopédia" dirigida por Émile
Levasseur, da qual se extraiu "O Brasil" em 1899.
Nesse mesmo ano escreveu o
capítulo "Esboço da História do Brasil", de "O Brasil em
1889" – Edição de Paris. O resumo teve várias edições e traduções. A obra
firmada por Benjamin Mosse "D. Pedro 2º, Imperador do Brasil (Edição Paris
1889), é na realidade obra do Barão do Rio Branco (mais tarde traduzida em São
Paulo – Brasil).
Desde 9 de Abril de 1891, quando
apareceu o Jornal do Brasil, fundado pelo seu amigo Rodolfo Dantas, iniciou a
"Efemérides Brasileiras". Em 1893 foi nomeado para defender os
direitos do Brasil na questão de limites com a Argentina, apresentando ao
árbitro, o Presidente dos E.U.A Grover Cleveland, a defesa. A vitória, obtida
em 1895, preparada em menos de um ano, significando a posse de uma área de
30.621 Km², consagraria a capacidade de trabalho, a competência histórico –
geográfica e a erudição do seu autor. Em 1898 foi novamente nomeado para
advogar a defesa da questão de limites com a Guiana Francesa.
A 4 de Abril e a 5 de Dezembro de 1899, o Barão do Rio Branco assinou a "1ª Memória" e replicou aos argumentos franceses. A sentença do 1º de Dezembro de 1900, deu a vitória ao Brasil, representando o reconhecimento da posse de 400 mil Km² de área. Nomeado ministro do Brasil em Berlim (Alemanha), foi convidado para assumir a pasta das Relações Exteriores, em 1902, pelo Presidente Rodrigues Alves, resolvendo a questão do Acre, na fronteira Brasil – Bolívia, ao alcançar nova vitória, em 1903 pelo Tratado de Petrópolis, que significava a incorporação de 191 mil Km², os quais, somando aos da questão com o Peru, representavam ao todo 403 mil Km². Em 1897, quando Berna estudava a questão com a França, publicava Rio Branco uma Memória defendendo os limites do Brasil com a Guiana Britânica.
A 4 de Abril e a 5 de Dezembro de 1899, o Barão do Rio Branco assinou a "1ª Memória" e replicou aos argumentos franceses. A sentença do 1º de Dezembro de 1900, deu a vitória ao Brasil, representando o reconhecimento da posse de 400 mil Km² de área. Nomeado ministro do Brasil em Berlim (Alemanha), foi convidado para assumir a pasta das Relações Exteriores, em 1902, pelo Presidente Rodrigues Alves, resolvendo a questão do Acre, na fronteira Brasil – Bolívia, ao alcançar nova vitória, em 1903 pelo Tratado de Petrópolis, que significava a incorporação de 191 mil Km², os quais, somando aos da questão com o Peru, representavam ao todo 403 mil Km². Em 1897, quando Berna estudava a questão com a França, publicava Rio Branco uma Memória defendendo os limites do Brasil com a Guiana Britânica.
Nas Biografias estão incluídos
estudos sobre o capitão-de-fragata Luís Barroso Pereira, o general José de
Abreu, o almirante James Norton e sobre seu pai o Visconde de Rio Branco. Nos
Estudos Históricos estão transcritos os Episódios da Guerra do Prata, Esboço da
História do Brasil, O Brasil, os Estados Unidos e o Monroísmo e os Apontamentos
para História do Brasil.
Rio Branco foi um estudioso
invulgar da História do Brasil, especialmente da militar e dos limites. O seu
trabalho "Efemérides Brasileiras" é um livro extraordinário,
revelador de u conhecimento minucioso e erudito. Os extensos estudos, de
história e de geografia histórica do Barão do Rio Branco, serviram-lhe de
instrumentos, na prática de suas atividades diplomáticas, para os grandes
sucessos que marcaram a política exterior do Brasil no último decênio do século
XlX e primeiro decênio do século XX.
Por gentileza da Academia
Brasileira de Letras www.academia.org.br
Barão do Rio Branco (José Maria da Silva Paranhos
Júnior), professor, político, jornalista, diplomata, historiador, biógrafo,
nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 20 de Abril de 1845, e faleceu na mesma
cidade, em 10 de Fevereiro de 1912. Eleito em 1º de Outubro de 1898 para a
Cadeira n. 34, na sucessão de Pereira da Silva, foi considerado empossado por
meio de carta, em 10 de Novembro de 1898.
Era filho de José Maria da Silva
Paranhos, o Visconde do Rio Branco, figura ímpar de estadista, que elevou tão
alto o nome do Brasil no seu tempo. Cursou o Colégio Pedro II, a Faculdade de
Direito de São Paulo, depois a de Recife. Bacharel em 1866, viajou pela Europa
e, na volta, regeu a cadeira de Coreografia e História do Brasil no Imperial
Colégio. Em 1869, foi nomeado promotor público de Nova Friburgo. No mesmo ano
acompanhou, como secretário da Missão Especial, o Visconde do Rio Branco ao Rio
da Prata e ao Paraguai. No mesmo carácter se manteve, em 1870 e 1871, nas
negociações da paz entre os Aliados e o Paraguai.
Regressando ao Rio, dedicou-se ao
jornalismo. Foi dirigir A Nação, juntamente com Gusmão Lobo. Em Maio de 1876,
Rio Branco deixava o jornalismo, para aceitar o cargo de cônsul geral do Brasil
em Liverpool. Em 1884, recebeu a comissão de delegado à Exposição Internacional
de São Petersburgo e, depois de proclamada a República, foi nomeado, em 1891,
em substituição do conselheiro António Prado, superintendente geral na Europa
da emigração para o Brasil, cargo que exerceu até 1893.
Durante a estadia na Europa,
produziu várias obras, sempre em torno da história pátria: redigiu uma Memória
sobre o Brasil para a Exposição de São Petersburgo; para o Le Brésil de
Sant’Anna Nery, escreveu a Esquisse de l’Histoire du Brésil; apresentou
contribuições para a Grande Encyclopédie de Levasseur, na parte relativa ao
Brasil; iniciou no Jornal do Brasil a publicação das Efemérides brasileiras,
acumulou material para as Anotações à História da Guerra da Tríplice Aliança de
Schneider e a Biografia do Visconde do Rio Branco.
Em 1893, Floriano Peixoto
escolheu Rio Branco para substituir o Barão Aguiar de Andrade, falecido no
desempenho da missão encarregada de defender os direitos do Brasil ao
territórios das Missões. A questão, nos últimos dias do Império, fora submetida
ao arbitramento do presidente Cleveland, dos EUA, como resultado do tratado de
7 de Setembro de 1889, concluído com a República Argentina. Rio Branco,
encarregado de advogar os pontos de vista brasileiros, apresentou ao presidente
Cleveland uma exposição, acompanhada de valiosa documentação, reunida em seis
volumes.
A questão de limites entre o
Brasil e a República Argentina obra que em muito contribuiu para o laudo
arbitral de 5 de Fevereiro de 1895, inteiramente favorável às pretensões
brasileiras.
Em 1898, foi encarregado de
resolver outro importante assunto diplomático a questão do Amapá. O Tratado de
10 de Abril de 1897 escolheu para árbitro da questão o presidente da Suíça. Rio
Branco vinha estudando a questão do Amapá desde 1895. Ao chegar a Berna, apresentou
uma memória de sete volumes. A sentença arbitral, de 1º de Dezembro de 1900,
foi favorável ao Brasil, e o nome de Rio Branco foi colocado em plano de
superioridade em relação a qualquer outro político ou estadista brasileiro da
época.
Em 31 de Dezembro de 1900 foi
nomeado ministro plenipotenciário em Berlim. Em 1902 foi convidado pelo
presidente Rodrigues Alves a assumir a pasta das Relações Exteriores, na qual
permaneceu até a morte, em 1912. Logo no início de sua gestão, defrontou-se com
a questão do Acre, território fronteiriço que a Bolívia pretendia ocupar,
solucionando-a pelo Tratado de Petrópolis. A seguir, encetou negociações com
outros países limítrofes cujas fronteiras com o Brasil suscitavam questões
litigiosas. Erigiu como bandeira das reivindicações o princípio do uti
possidetis solis, e foi com ele que dirimiu velhas disputas do Brasil com quase
todos os países da América do Sul.
Em 1901, a questão da Guiana
Inglesa foi resolvida, por laudo do árbitro Victor Emanuel, o rei da Itália,
contra o Brasil, apesar dos esforços e do valor intelectual do plenipotenciário
brasileiro Joaquim Nabuco. Rio Branco soube conhecer os motivos do laudo que
despojava o Brasil de uma parte do seu território. E deu a Joaquim Nabuco a
compensação de nomeá-lo embaixador do Brasil em Washington.
Veio, depois, uma série de
tratados memoráveis: em 1904, com o Equador; em 1906, com a Guiana Holandesa;
em 1907, com a Colômbia; em 1904 e 1909, com o Peru; em 1910, com a Argentina.
Ficavam definidos, de um modo geral, os contornos do território brasileiro,
assim como, com pequenas alterações, ainda hoje subsistem.
Além da solução dos problemas de
fronteira, Rio Branco lançou as bases de uma nova política internacional,
adaptada às necessidades do Brasil moderno. Foi, nesse sentido, um devotado
pan-americanista, preparando o terreno para uma aproximação mais estreita com
as repúblicas hispano-americanas e acentuando a tradição de amizade e
cooperação com os Estados Unidos.
Ao se fundar a Academia, em 1897,
Rio Branco se encontrava ausente do país. Talvez por essa razão não foi ele um
dos fundadores da casa. Seu nome esteve, entretanto, desde logo lembrado para
uma das vagas que ocorressem. Em 1898, ocorria o falecimento de Pereira da
Silva. Rio Branco foi eleito para essa vaga. Foi o segundo acadêmico eleito (o
primeiro foi João Ribeiro), mas não chegou a tomar posse.
Fontes consultadas: livros acadêmicos,
comentários em revistas e jornais.
Trabalho e pesquisa de Carlos
Leite Ribeiro – Marinha Grande – Portugal
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