"Joaquim Manuel de
Macedo" - Morreu a 11 de Abril de 1882
Trabalho e pesquisa de Carlos
Leite Ribeiro
Joaquim Manuel de Macedo nasceu em 24 de Junho de 1820, em Itaboraí, Rio de Janeiro.
Jornalista, professor, romancista, poeta,
teatrólogo e memorialista, formado em Medicina pela Faculdade do Rio de
Janeiro, foi clínico algum tempo no interior do estado do Rio.
No mesmo ano de sua formatura (1844),
publicou A Moreninha, que lhe deu fama instantânea e constituiu uma pequena
revolução literária, inaugurando a voga do romance nacional. Membro muito ativo
do Instituto Histórico (desde 1845) e do Conselho Diretor da Instrução Pública
da Corte (1866).
Um dos fundadores do romance brasileiro foi
considerado em vida uma das maiores figuras da literatura contemporânea. Suas
histórias evocam aspetos da vida carioca na segunda metade do século XIX, com
simplicidade de estilo, senso de observação dos costumes e da vida familiar.
Faleceu no Rio de Janeiro em 11 de Abril de 1882.
Joaquim Manuel de Macedo
Gentileza Academia Brasileira de Letras www.academia.org.br
Joaquim Manuel de Macedo, jornalista, professor, romancista, poeta, teatrólogo e memorialista, nasceu em Itaboraí, RJ, em 24 de Junho de 1820, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 11 de Abril de 1882. É o patrono da Cadeira n. 20, por escolha do fundador Salvador de Mendonça.
Era filho do casal Severino de Macedo Carvalho e Benigna Catarina da Conceição. Formado em Medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro, clinicou algum tempo no interior do estado do Rio. No mesmo ano da formatura (1844), publicou A Moreninha, que lhe deu fama instantânea e constituiu uma pequena revolução literária, inaugurando a voga do romance nacional.
Alguns estudiosos consideram que a heroína do
livro é uma clara transposição da sua namorada, e futura mulher, Maria Catarina
de Abreu Sodré, prima-irmã de Álvares de Azevedo. Em 1849, fundou com Araújo
Porto-Alegre e Gonçalves Dias a revista Guanabara, onde apareceu grande parte
do seu poema-romance A Nebulosa, que alguns críticos consideram um dos melhores
do Romantismo.
Voltou ao Rio, abandonou a medicina e foi professor de História e Geografia do Brasil no Colégio Pedro II. Era muito ligado à Família Imperial, tendo sido professor dos filhos da princesa Isabel. Militou no Partido Liberal, servindo-o com lealdade e firmeza de princípios, como o provam seus discursos parlamentares. Foi deputado provincial (1850, 1853, 1854-59) e deputado geral (1864-68 e 1873-81). Membro muito ativo do Instituto Histórico (desde 1845) e do Conselho Diretor da Instrução Pública da Corte (1866). Nos últimos anos, sofreu de decadência das faculdades mentais, falecendo antes de completar 62 anos.
Foi ativa e fecunda a sua carreira intelectual nas várias atividades que exerceu. Um dos fundadores do romance brasileiro foi considerado em vida uma das maiores figuras da literatura contemporânea e, até o êxito de José de Alencar, o principal romancista. O memorialista ainda é lido com interesse nas Memórias da Rua do Ouvidor e Um passeio pela cidade do Rio de Janeiro.
Foi no romance, entretanto, que Macedo
conseguiu perdurar. Suas histórias evocam aspetos da vida carioca na segunda
metade do século XIX, com simplicidade de estilo, senso de observação dos
costumes e da vida familiar.
Algumas obras: A Moreninha (1884); O moço
louro (1845); Os dois amores (1848); Rosa (1849); Vicentina (1853); O
forasteiro (1855); duas sátiras político-sociais: A carteira de meu tio (1855)
e Memórias do sobrinho do meu tio (1867-68); As mulheres de mantilha (1870) e
vários outros romances. Para o teatro, escreveu 16 peças, das quais 14 foram à
cena em vida do autor, com aplauso da plateia. E a crítica, tanto a atual como
a do século passado, é quase unânime em reconhecer que no teatro está a melhor
parte de sua obra.
Trecho da obra "A MORENINHA", Capítulo I - Aposta Imprudente (fragmento).
Trecho da obra "A MORENINHA", Capítulo I - Aposta Imprudente (fragmento).
https://www.youtube.com/watch?v=49oMlwE9qak –
Obra (filme) completo.
- Ora, esta não é má! Então vocês
querem governar o meu coração?...
- Não; porém eu torno a afirmar que tu
amarás uma de minhas primas durante todo o tempo que for da vontade dela.
- Que mimos de amor que são as primas
deste Senhor!...
- Eu te mostrarei.
- Juro que não.
- Aposto que sim.
- Aposto que não.
- Papel e tinta, escreve-se a aposta.
- Mas tu me dás muita vantagem e eu rejeitarei
a menor. Tens apenas duas primas: é um número de feiticeiras muito limitado.
Não sejam só elas as únicas magas que em teu favor invoquem para me encantar.
Meus sentimentos ofendem, talvez, a vaidade de todas as belas e todas as belas,
pois, tenham o direito de te fazer ganhar a aposta, meu valente campeão do amor
constante!
- Como quiseres, mas escreve.
- E quem perder?
- Pagará a todos nós o almoço no
Pharoux, disse Fabrício.
- Qual almoço! Acudiu Leopoldo. Pagará
um camarote no primeiro drama novo que representar o nosso João Caetano.
- Nem almoço nem camarote, concluiu
Filipe; se perderes escreverás a história da tua derrota, e se ganhares,
escreverei o triunfo da tua inconstância.
- Bem escrever-se-á um romance, e um de
nós, o infeliz, será o autor.
Augusto escreveu primeira, segunda e terceira
vez o termo da aposta, mas depois de longa e vigorosa discussão, em que
qualquer dos quatro falou duas vezes sobre a matéria, um para responder e dez
ou onze pela ordem; depois de se oferecerem quinze emendas e vinte artigos
aditivos, caiu tudo por grande maioria, e entre bravos, apoiados e aplausos,
foi aprovado, salvo a redação, o seguinte termo:
'No dia 20 de julho de 18.. na sala
parlamentar da casa nº.... Da rua de..., sendo testemunhas os estudantes
Fabrício e Leopoldo, acordaram Filipe e Augusto, também estudantes, que, se até
o dia 20 de agosto do corrente ano, o segundo acordante tiver amado a uma só
mulher durante quinze dias ou mais, será obrigado a escrever um romance em que
tal acontecimento confesse; e, no caso contrário, igual pena sofrerá o primeiro
acordante. Sala parlamentar, 20 de julho de 18... Salva a redação.'
Como testemunhas: Fabrício e Leopoldo. E eram
oito horas da noite quando se levantou a sessão."
Trabalho e pesquisa de Carlos
Leite Ribeiro – Marinha Grande - Portugal
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